O Pátio das Cantigas O novo Projecto do grupo Boca de Cena
Do período áureo da comédia portuguesa, que se transformaria em cinema de sucesso popular, “O Pátio das Cantigas” é, na minha opinião, “la crème de la crème”.
Os seus intérpretes eram todos vedetas do teatro de Revista, que diariamente levava centenas e centenas de pessoas, em duas sessões, aos vários teatros existentes no saudosíssimo Parque Mayer.
António Silva, Vasco Santana, Laura Alves, Ribeirinho e Barroso Lopes, formavam um grupo de luxo, a que se juntou o então grande galã do cinema português, António Vilar.
“Ó Evaristo, tens cá disto?”, “Ouçam ópera….que é música própria para…operários!”, "Oh seu camelo!", “Arranjo-lhe um lugar no desemprego e dessincronizo-lhe a tromba!”, a explicação do funcionamento do aparelho de rádio…enfim, tantas e tantas cenas e ditos inolvidáveis, que passadas décadas, ainda são lembradas por todos os que vêem repetidamente este filme.
É uma das mais célebres e amadas comédias populares do cinema português. Convergência de grandes talentos da época o filme de Ribeirinho, produzido pelo seu irmão António Lopes Ribeiro e pelos dois escrito de parceria com Vasco Santana, assenta acima de tudo num primoroso jogo de diálogos, com duplos sentidos e um irresistível sabor revisteiro, bem como num lote admirável de grandes comediantes.
Ribeirinho, A. Lopes Ribeiro e Vasco Santana captaram e registaram com humor e sensibilidade toda a atmosfera lisboeta, bairrista e popular por ocasião das festas dos Santos Populares, a partir de um punhado exemplar de personagens tipificadas, envolvidas nas suas querelas, confrontos e desejos pessoais. Tudo isto, servido por uma realização discreta e eficaz num filme que conta com gags memoráveis, como o de Vasco Santana regressando a casa bêbado e tentando obter lume de um candeeiro da via pública, que lhe vai servir de "guia" até chegar à cama.
Mas o que há de mais notável em O Pátio das Cantigas é sem dúvida o espantoso jogo da representação, do mau génio e arrogância de António Silva às atribulações do tímido Ribeirinho, passando pelas calinadas, verbais e melódicas («Evaristo tens cá disto», ficou célebre), de Laura Alves e, acima de tudo, pela alegria ébria e pela insolência provocadora de Vasco Santana.
Sinopse Num típico pátio lisboeta, por altura das festas dos Santos Populares, um punhado de gente simples vive o seu quotidiano, os seus sonhos, desilusões, paixões, ciúmes e alegrias numa atmosfera quase encantada. Alfredo é um bom rapaz cujo irmão Carlos, um estouvado, namora a frívola Amália. A irmã desta, Suzana, ama por sua vez Alfredo. Narciso, o pai de Rufino e seu sócio na leitaria do bairro, é um bêbado crónico e um virtuoso da guitarra. Rosa, uma bem disposta viúva que vende flores, é por sua vez cortejada por Narciso e pelo intratável e arrogante Evaristo, o merceeiro, pai da invejosa e mimada Celeste.
A rivalidade entre Narciso e Evaristo vai ao rubro numa noite de bailarico no pátio que termina numa autêntica batalha campal. Por fim tudo se compõe entre os vários pares amorosos e no pátio a vida segue serenamente.
Minde terra de cultura, música e arte
PROJECTOS
O Pátio das Cantigas
A popular comédia prepetuada em cinema
é o próximo projecto que o Grupo Boca de Cena se propõe levar a palco
O Pátio das Cantigas é um filme português de 1942, realizado por Francisco Ribeiro que tem lugar num típico bairro lisboeta por ocasião das festas dos Santos Populares, através de um fabuloso jogo de equívocos e duplos sentidos numa comédia inesquecível, com Vasco Santana, António Silva e Ribeirinho.